
Acusaram-me hoje de censurar. De, enquanto jornalista, limitar a liberdade de expressão alheia. Que coisa horrível de me dizer. Logo eu, de todos, que tanto grito e defendo toda e qualquer liberdade. Particularmente a de expressão.
Explico-me. Recebi um texto que nomeava três livros. Tinha que ser cortado. Os limites de espaço são constantes nos jornais. Nunca é fácil cortar as palavras dos outros. Tememos sempre alterar-lhes o sentido. Dos três livros, um era de autoria do próprio que escreveu o dito texto. Disse que o tinha na mesa-de-cabeceira, que o andava a ler, que era uma autentica obra-prima.
Ora bem, não só o próprio não o está a ler, como nem o deve ter na mesa-de-cabeceira (verdade? mentira?). Logo, o acto de citar este livro era meramente um acto de propaganda e marketing.
Tanto um como o outro são a total antítese do jornalismo. Não seria ético da minha parte publicá-lo. Atentado à liberdade de expressão? Talvez. Mas salvaguardei os leitores, que acreditam como verdade o que se escreve num jornal que se quer sério, e avesso a qualquer tipo de propaganda, marketing, ou manobra publicitária.
Quanto a ser o jornalista, em última instância, aquele que decide onde acaba a liberdade de expressão e começa o engano, é verdade. Somos newskeepers. Mais. Somos - na opinião de muitos - o quarto poder. Por isso existe uma entidade de regulação. Para que nos vigiemos, de maneira que nenhum caia no erro, ou na tentação, de usar, e abusar, desse mesmo poder.
Quanto a mim, admito, há dias em sou feliz com o meu lápis azul. Não, decerto, neste caso, mas quando posso calar a má literatura. Quanto à tua, já to disse. Far-te-ei uma entrevista à primeira oportunidade.
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