domingo, 27 de janeiro de 2008

Não como. Não durmo. Não fumo. Não leio.
Hoje não faço nada. Estou a sofrer por antecipação.

Vou ficar extenuada de tanta inactividade.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Dos livros que leio - Machado de Assis

«É de crêr que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores dos seus dias: - Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: - Chamámos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para o outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e a sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamámos, num momento de simpatia.»

In Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Há vidas assim. Demais, até. Só não escrevo a preto porque senão não liam e eu não sou o João César Monteiro. Estou mal-disposta. Não digo mais nada.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

As frases dos outros - Lugares apropriados



Ler em tom de espanto, incredulidade, advertência, zanga, em grito algo histérico:

«R. o que é que estás a fazer? A pôr a cinza no cinzeiro???»

É verdade. Onde pôr a cinza então? Aviso: não num cinzeiro. Onde dançar? Não numa discoteca. Onde cantar? Nunca no banho. Fazer amor? Em todo os sítios menos na cama.

Acho que me queria dizer apenas para ser original.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

As frases dos outros: tudo cabe


«Cabe, cabe. Quando um homem quer tudo cabe. É preciso é vontade.»


Ora bem, esta frase foi dita por uma amiga a um empregado de restaurante. O contexto? Perfeitamente inócuo. Caberia uma cadeira na nossa mesa, num espaço extremamente apertado entre a mesma, a parede e a mesa ao lado? Aparentemente sim, o senhor tinha boa vontade. E quis que a cadeira coubesse. Logo, coube. Mas terá sido o comentário assim tão inocente? A mesma frase, pode ter várias interpretações. Tudo depende do contexto. Mas não apenas do contexto. Também do tom. E, meus caros dois ou três leitores, digo-vos já que o tom não foi inocente. O tom foi extremamente jocoso, na verdade - sejamos subtis, daqui cada um entenderá aquilo que lhe aprouver. O homem ficou envergonhado. Fugiu da nossa mesa para nunca mais voltar.

Nós, três mulheres juntas, claro que rimos até à exaustão. Não só pelo choque que comentário tão inocente, relativo a uma cadeira, provocou num senhor de idade provecta, mas por saber que esse mesmo choque adveio dos nossos «ares». Na verdade, temos ar de santas (se não concordar, prezado bloguista, é favor dirigir-se ao livro de reclamações abaixo, em comments), todas as três. Mas a que de nós proferiu a dita frase - que de tão inofensiva até enjoa - é aquela que um ar mais virginal possui. Penso que este foi o principal motivo do ar de medo que o senhor - seria Vietnamita? - espelhou na sua cara.

Resumindo: o empregado mudou. Em seguida calhou-nos um mais jovem. Também ele sofre um ou outro comentário um tanto ou quanto mais perverso, associado a alguns sons algo guturais provenientes das nossas lindas bocas. Também ele nos queria abandonar passado pouco tempo. O difícil foi pagar a conta.

Mas a noite foi agradável. E, após séria ponderação, concordámos nesse facto: com força de vontade, se um homem quer, tudo cabe. Que é como quem diz: «O Homem sonha, a obra cresce.» Ou era nasce?


sábado, 12 de janeiro de 2008

As - verdadeiras - resoluções para 2008

Rir. Rir. Rir. Sempre mais. Até às lágrimas e a uma profunda dor de barriga. Pelo menos uma vez por dia.

Ser mais feliz amanhã que ontem e por aí em diante.

Cometer todos os excessos sem nenhuma culpa.

Dançar muito.

Cantar a plenos pulmões.

Chorar com toda a alma.

Sentir: Paixão, amor, amizade, tristeza, alegria. Com toda a intensidade possível.

Emocionar-me com os livros, com os filmes, com as músicas, com os quadros, e nunca mais os esquecer.

Fazer com que todos os 366 dias deste ano sejam diferentes.

Chegar a 2009 com saudades de 2008.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Clichés para 2008

Começar uma dieta

Ir ao ginásio

Reduzir os cigarros para metade

Deixar de beber

Comer menos e mais saudavelmente

Ler mais

Ver menos televisão

Ir mais ao teatro

Viajar mais

Gastar menos

Melhorar o meu francês

Não perder tempo com devaneios inúteis

Não comprar livros compulsivamente

Não rebentar metade do «subsidio» na Mango todos os meses

Arranjar um bom emprego

Recuperar antigas amizades

Deitar-me cedo

Acordar cedo

Ser mais espiritual

Traçar objectivos

Cumprir prazos

Aproveitar as manhãs

Tornar-me numa adulta responsável

sábado, 5 de janeiro de 2008

TOP+ 2007 (ordem totalmente aleatória para causar confusão)

Muralhas com vista sobre o mar

Pós-Graduação

Sextas-feiras

Crónicas

28

Anna Karenina

Cinco horas

«Olha...»

Manuél Vasquez Montalbán

LuxJazzSessions

Mar

Yasmine

Vale

Fins-de-semana