domingo, 20 de abril de 2008

Para onde?


Há aquela mania estranha - ou será inerente ao ser humano? - de fazer planos. Claro que alguns destes planos não só só fáceis de fazer, como úteis, como planear um jantar com amigos ou planificar o trabalho a fazer ao longo do dia. Há planos mais complicados. Planear as férias do ano inteiro em Abril, por exemplo. Onde ir, quando ir, como ir, com quem ir. Mas, embora dificil, é possível. E há até uma certa lógica para planear tudo isso atempadamente. E , eventualmente, vantagens. Nunca tive umas unicas férias planeadas com antecedencia, no entanto imagino que as vantagens existam. Como conseguir alugar uma casa onde se quer, na altura desejada, sem se ser explorado e correr o risco de se deparar com baratas no quarto ou pulgas na cama - situações que ocorrem com frequência quando se aceita a unica casa livre. Por algum motivo é a unica que ainda não foi alugada.

Há, porém, planos que se fazem para toda uma vida. Há quem planeia, desde tenra idade, casar e ter um rebanho de filhos aos 20 anos. Há quem planeie ser um grande cirugião aos 30. Há aqueles que planeiam ser ricos aos 40, comprar um Ferrari e ter uma mulher-troféu. Há quem planeie não se apaixonar. Há quem planeie apaixonar-se pelo princípe perfeito.

O bom da vida são, no entanto, as supresas. O inesperado que acontece num dia não planeado. Que nos surpreende, que nos faz perder o chão, alterar todos os projectos anteriormente delineados e embarcar num novo sonho, ainda cheio de linhas por preencher, por ter sido pouco sonhado. E é isso que é bom na vida. A não existência de um caminho obrigatório. A variedade na escolha, nas coincidências, nas oportunidades que surgem quando não se esperam.

Há aqueles que as recusam. Que não gostam de perder o chão. Que não gostam do inesperado. Da surpresa que tem sempre contida em si o risco. É pena. É o que sai dos planos que transforma a vida naquilo que ela deve ser: Inesperada, aliciante, surpreendente e, acima de tudo, feliz.


Por isso clamo a diário: surpreende-me.

Um comentário:

Anônimo disse...

Há coisas que não implicam com outras.