terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

"What's in a name? That which we call a rose
By any other name would smell as sweet."

William Shakespeare, Romeo and Juliet

Qual a importância dos nomes? Porque insistimos nós em definir, em nomear?
Eu defino-me como uma mulher da palavra. E por isso insisto nos nomes, nas definições. Quem sou, como sou, onde sou, o que sou. Procuro, incessantemente, a palavra correcta. Nunca, ou raramente, fico feliz com a definição encontrada, pois que não a sinto suficiente.
Mas mudará, realmente, essa definição alguma coisa? Será que, uma vez definida, uma vez encontrada a palavra, a descrição exacta, muda a essência daquilo que se definiu? Daquilo que se nomeou?
Já o dizia Shakespeare - e porquê contradizer um génio? - que não. O ser não depende do nome. O ser é independente desse nome. E o escritor sabia-o melhor que ninguém, pois que andou em busca das palavras toda uma vida. E encontrou-as. Talvez por isso, por ter encontrado todas as palavras, as melhores palavras, os melhores nomes e definições, tenha percebido o vã que é essa busca. Vã na medida em que a essência daquilo que foi nomeado, descrito ou definido na mais absoluta perfeição linguística que era a sua, não mudou. Manteve-se, indiferente, a esse trabalho.
Mas ficamos nós, homens e mulheres da palavra, que não nos aproximamos do brilhantismo de Shakespeare, nessa continua busca pela nomeação, descrição e definição. Sabendo que não mudaremos o mundo com esse encontro, mas que nele encontraremos um sentimento de seguraça, dificilmente encontrado nesse mesmo mundo indefinido em que vivemos. Sentimento de seguraça dado pelo encontro com a palavra certa, que nos definiu, pelo menos por momentos, o que questionamos, sentimos, vivemos ou somos.
Acho que sou simplesmente insegura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Já eu posso dizer que há realmente nomes que me dão a volta à cabeça...só de pensar fico extra extra hot...Secalhar é só um efeite mas a verdade é que esse nome tem sex appeal. Pois tem. Promessas...